De Alberto Portugal
" Data: 08 a 28 de Outubro de 2010
" Local: Galeria PROEX - UEPG
Acesse e assista ao documentário exibido na exposição:
http://www.youtube.com/watch?v=ExsnxCeyAkg&feature=player_embedded
" Data: 08 a 28 de Outubro de 2010
" Local: Galeria PROEX - UEPG
Acesse e assista ao documentário exibido na exposição:
http://www.youtube.com/watch?v=ExsnxCeyAkg&feature=player_embedded
Silêncio. Escuridão.
Lugares escuros. Pessoas obscuras.
A exposição de Beto
Portugal Lembranças, Vestígios e
Carapuças traz muitos significados que poderão ter um sentido parcial para
algumas pessoas, pois faz parte da vivência do artista que exprime em formas e
figuras uma época farta de obscurantismo relacionada à sociedade sombria de um
período inesquecível. Inexistente? Invisível? Não. Claro, evidente, aparente e
perceptível.
Manifesto. Desabafo.
Portugal transforma estas
lembranças em irônicas peças artísticas tratando como um desabafo os vestígios
de uma situação ameaçadora. O espectador irá desfrutar daquilo que quiser
enxergar.
Evidências. Aparências.
Composta por seis trabalhos,
a série Caixas apresenta alguns
personagens reais. Crítica ou denúncia silenciosa? Talvez. Contudo, utiliza a
assemblagem para compor as peças com tecidos, bonecos, fitas e papéis dentro de
caixas de madeira. Em algumas delas, pode-se perceber como graciosas e
aparentemente infantis pela presença de bonecos e cores que o artista escolhe,
mas em outras, a facilidade para sentir o desconforto que causa um mal estar em
quem aprecia a obra. Da mesma forma que a série Alimentos, onde instiga o público a pensar em como vícios e hábitos
podem trazer consequências não tão prazerosas em relação ao momento em que são
usufruídas. Alimentos para o corpo e para a alma: ao tempo em que sociabilizam,
afastam o indivíduo e podem gerar situações conflituosas.
Oposição. Desordem. Barulho.
Um piano de cauda e
estilhaços de vidros para todos os lados. Caos. Impossível não perceber. Significados
que trazem lembranças chocantes. Inerte na memória de quem viveu e sobreviveu.
Sobrevida. Outra vida.
Agradecimentos especiais a
todos aqueles que tiveram envolvimento e opinaram pelo melhor caminho a seguir.
Não fosse isso, Beto Portugal não seria quem é hoje e não teria a bagagem e o
conteúdo suficientes para produzir estes trabalhos com tanta riqueza de
detalhes e, de certa forma, bem humorados que levam o espectador a se divertir
e refletir sobre a vida. “Dia vai, dia vem e eu ainda sou o mesmo”. Frase extraída
do vídeo Reflexos da Metade, onde o
artista pondera sobre sua vivência.
Experiência. Ilusão.
Disfarce da realidade.
Poder. Reinado de mentira onde se faz o que bem entende. Carlota Joaquina diz:
“Desta terra não levarei nem o pó”. Dona de uma forte personalidade, Dna.
Joaquina foi, além de prepotente e arrogante, violenta. Parecer real. Lembra o
polêmico artista americano Andy Warhol que, como excelente publicitário,
construiu uma imagem como a Marilyn Monroe foi construída. E vendida (o popular
vende). E ele chegou lá. Alcançou a fama, conquistou fortunas. Mas quem era
Warhol como pessoa? E Marilyn além da imagem? Vale a pena esquecer do essencial
e substituir pela imagem? Imagem não é real.
Rotular. Adornar. Cobrir.
Para alguns, poderá
parecer uma crítica. Para outros, um desabafo. Vingança? Não. Definitivamente.
Na peça solitária encontrada no pequeno beco escuro, o espectador poderá imaginar
como seria se encontrar desta maneira. Entretanto, a veste intitulada Carapuça dá a sensação que falta algo.
Sim, o gorro que esconde a face. Escuro. Esconder. Não será necessário um
esconderijo porque muitas pessoas não cabem no pequeno beco.
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